Do Blog www.contracorrenteza.blogspot.com (de MVS Motta):
Agredindo e louvando o Senhor
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Hoje li uma tuitada da @giovanaduarte contando que um vizinho seu, membro de uma dessas seitas evangélicas radicalizadas, foi flagrado pelas câmeras de segurança do seu condomínio retirando e destruindo decorações de Natal.
Quando apanhado com a boca na botija, justificou-se dizendo que "sua igreja não permite que se comemore" a data religiosa em questão.
Ato isolado como muitos gostam de dizer? Não. Pode não ser prática da maioria dos membros destas igrejas evangélicas pentecostais, mas é uma prática que se concentra neles. Digamos que nem todo evangélico chute santas, mas todos que chutam santas geralmente são evangélicos.
Primeiro de tudo quero dizer que considero, parafraseando o ex-deputado e jornalista já falecido Márcio Moreira Alves, que tudo que só existe no Brasil e não é jaboticaba, normalmente é besteira.
Sendo assim, aberrações como "Renascer", "Deus é Amor", "Universal", aquela outra do "missionário" R.R. Soares (que até ainda agora eu achava que era J.J.) e mais tantas outras igrejas que crescem em regiões favelizadas das metrópoles ou em grotões do interior são, para mim, só e somente expoentes do nosso subdesenvolvimento e do desamparo que parte da sociedade sente, precisando recorrer a este tipo de charlatanismo para "ter fé".
Não dá pra levar a sério seitas que promovem espetáculos ridículos como este, este e este.
Mas não deixa de ser reveladora e perturbadora esta história que a Giovana, ela mesma protestante e batista conforme me disse, contou.
Isso mostra o grau de intolerância que pregam estas igrejas, numa tentativa de "mobilizar" e "eletrizar" seus fiéis, seja com objetivos pecuniários, seja por pura e simples manipulação espiritual.
É comum lermos noticiários contando agressões por parte de evangélicos neo-petencostais contra umbandistas, católicos, espíritas, homosexuais e outros grupos que eles consideram "desviados".
Lembro uma vez na entrada do Sambódromo, em pleno Carnaval, de um grupo de evangélicos tentando "convencer na boa" alguns foliões a "saírem daquele caminho" e insultando com gritos de "endemoniado!" e "satanás!" os que não queriam perder tempo ouvindo aquela cantilena deles.
Esse tipo de gente dá razão aos ateus e pseudo-ateus, quando estes dizem que "religião emburrece" ou que "toda religião acaba causando conflitos". Assim como as antigas posturas da Igreja Católica na idade média, estes evangélicos de hoje pensam que devem impor a Bíblia na base da força.
Aí abordam as pessoas em pontos de ônibus, calçadas, vão bater de porta em porta, não respeitam sua opinião e sua crença, ofendem as demais religiões, consideram-se portadores de uma "verdade única e incontestável".
Chega ser impossível estabelecer qualquer grau de conversa com alguns deles, porque parece que você é alguém que "deve ser convertido" até que prove o contrário e vá para o inferno.
Não cedo ao politicamente correto, mas também não quero generalizar. Existem igrejas protestantes tradicionais como a Batista e a Presbiteriana que tem um grau de tolerância mil vezes maior do que essas igrejinhas de laje, ainda que também falem muito mal de católicos em certas ocasiões.
O ponto disso tudo é que, seja qual for a religião (até mesmo aquela fábrica de psicopatas, assassinos e terroristas que é o Islã), todas pregam a paz, o respeito ao próximo e a harmonização da vida de quem a pratica.
É uma contradição imperdoável, quase um "pecado mortal" para utilizar linguagem religiosa, que você pregue isso no templo, traga isso consigo nas suas leituras e preces e falhe justamente na hora que mais importa, que é a hora de pôr em prática aqueles ensinamentos.
Boas palavras só valem se acompanhadas de atos concretos, creia você em Deus ou não
Nenhum comentário:
Postar um comentário