Três igrejas são atacadas na Malásia em meio a polêmica sobre palavra Alá Ao menos três igrejas foram atacadas com bombas incendiárias na Malásia, em meio a polêmica sobre o direito dos católicos de escrever a palavra Alá em um país majoritariamente muçulmano. Muçulmanos malasianos protestaram nesta sexta-feira contra o uso da palavra árabe como sinônimo de Deus, aumentando o clima de tensão religiosa no país.
Uma das igrejas foi incendiada na noite desta quinta-feira em um subúrbio de Kuala Lumpur e teve graves danos à sua estrutura. Dois coquetéis molotov foram lançados contra outros dois templos, mas não foram registrados danos graves.
"Considero que os acontecimentos são muito graves", declarou o ministro do Interior, Hishamudin Husein. "Queremos assegurar à população que não se tratam de atos coordenados e planejados", completou.
O chefe de polícia, Musa Hasan, anunciou a mobilização de agentes para proteger as igrejas.
Nesta sexta-feira, muçulmanos das duas principais mesquitas de Kuala Lumpur carregavam cartazes e faziam discursos acalorados em defesa do Islã.
"Nós não permitiremos que a palavra Alá seja citada em suas igrejas", dizia um dos manifestantes, na mesquita de Kampung Bahru. Cerca de 50 outras pessoas carregavam cartazes dizendo: "Heresia vem de palavras usadas erroneamente" e "Alá é apenas para nós".
Ahmad Johari, que frequenta a mesquita Nacional, disse esperar que a corte nacional entenda o sentimento da maioria muçulmana da Malásia. "Nós podemos lutar até a morte por isso".
As manifestações foram realizadas dentro das mesquitas, sob ordem da polícia, para evitar confrontos nas ruas. Os manifestantes se dispersaram pacificamente.
O Alto Tribunal da Malásia suspendeu na quarta-feira (6) a autorização concedida na semana anterior ao jornal católico local "Herald Weekly" para escrever o nome Alá, depois que o governo evocou a ameaça de tensões interr-eligiosas em um país de população majoritariamente muçulmana. Segundo o governo, a palavra árabe alá é exclusiva da fé muçulmana.
O "Herald Weekly" é publicado em quatro idiomas e tem uma tiragem de 14 mil exemplares, em um país que conta com 850 mil católicos, mas cuja população é de 60% de muçulmanos.
A Malásia é frequentemente considerada um modelo para outros países islâmicos pelo seu desenvolvimento econômico, sociedade progressista e coexistência pacífica entre a maioria malasiana e as minorias chinesa e indiana, que são cristãos budistas e hindus.
(fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u676297.shtml )
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