Robert Pirsig (in: "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas")

domingo, 30 de maio de 2010

FRASES DO "DIVINO"



Do TT: www.twitter.com/OCriador :

Amado filho, a boa notícia é que nós temos um encontro marcado, a má é que está mais próximo do que você imagina.

Após o milagre, Jesus se aborreceu bastante quando reclamaram que o vinho estava aguado.

A idéia inicial da Teologia da Prosperidade era que quem prosperasse fossem os fiéis e não exclusivamente os pastores.

Tu és como um grão de areia para o universo infinito, então junte teus amigos e vá ao deserto marroquino.

Filhos, quando morrerem, passem aqui no setor de criação para fazermos um recall dos sisos, das amígdalas e do apêndice.

Em virtude de decorrentes faltas de cumprimento, a partir de hoje Eu só aceito promessas por escrito e com firma reconhecida.

Não adianta perguntar “o que Jesus faria?” diante de problemas. Já que ele podia fazer milagres para resolvê-los. E você não.

Amados filhos, na Copa do Mundo até o santo sudário é pintado de verde e amarelo.

A frase “encontrei Jesus” foi dita pela primeira vez por uma criança em Nazaré, durante uma brincadeira de pique-esconde.

Há basicamente dois tipos de seres humanos: os que Me amam e os que vão queimar no fogo do inferno por toda a eternidade.

Vende-se bola azul, 6 bi de anos de uso, milhões de espécies incluídas. Grátis um apocalipse. Garantia estendida até 2012.

Minha justiça divina não permitiria que apenas as mulheres sofressem os martírios da menstruação, por isso criei a TPM.

Do alto do monte Sinai, Moisés Me alertou: “senhor, a intenção é boa, mas se eu conheço este povo, ninguém vai respeitar não”.

Quando criança, Jesus sempre ouvia de Maria: “menino, come esse almoço todo e pára de desculpa que tá jejuando”.

Ao pé da letra, a tradução do termo hebraico "amém" quer dizer "câmbio".

É natural que a seleção argentina seja um dos mais fortes argumentos contra a seleção natural: o grupo não evoluirá.

terça-feira, 25 de maio de 2010

PADRES E SUAS "MASMORRAS"...



Padre acusado de transformar igreja em ‘masmorra erótica’

Rio - Acusado de transformar a casa paroquial da Igreja Divino Espírito Santo de Realengo, em 2007 , em ‘masmorra erótica’, o padre polonês M. M. S., de 44 anos, vai para o banco dos réus. Ontem, o juiz da 1ª Vara Criminal de Bangu, Alexandre Abrahão, decretou a prisão preventiva do sacerdote.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o religioso teria algemado um jovem, então com 16 anos, e feito sexo oral nele, na casa paroquial. A vítima conta que M. chegou a oferecer dinheiro para calá-lo e o ameaçou, dizendo que “já sabia as flores que colocaria em seu caixão”.

“O indiciado é uma pessoa compulsivamente ligada a sexo com adolescentes. O acusado arregimentava esse rebanho de inocentes para sua casa paroquial”, escreveu o juiz na decisão. O jovem detalhou as tentativas do padre em aliciá-lo. Ele havia deixado a igreja em 2006, após dois anos servindo como coroinha. Mas M. o convenceu a voltar a frequentar a paróquia em 2007.

O abuso teria ocorrido próximo ao Carnaval daquele ano. “Ele solicitou a presença do jovem na casa paroquial, que estava deserta. No quarto, no segundo andar, após algemá-lo à cama, o despiu e nele praticou sexo oral”, descreve a denúncia. Diante da recusa do garoto por sexo anal, M. teria lhe oferecido dinheiro pelo silêncio.

A denúncia relata ainda que o padre, ao perceber a recusa do menor em atender a suas ligações, ameaçou de morte a vítima. Se condenado por atentado violento ao pudor, M. pode pegar 10 anos de prisão. Embora o crime atualmente tenha sido revogado por lei, à época dos fatos estava previsto no Código Penal. Ontem, O DIA fez contato com Arquidiocese do Rio, mas não obteve resposta.

Pároco tentava aliciar mais vítimas com mensagens pornográficas

A denúncia do Ministério Público traz também que o padre M. M. S. aliciaria suas ‘potenciais vítimas’ pela Internet. A troca de mensagens com um coroinha ficou mais frequente quando o rapaz deixara a igreja, no fim de 2006. “Consta nos autos farto material erótico enviado à vítima, com o intuito de seduzi-la”, destacou o juiz.

A intensa atividade do padre na Internet também pesou na decisão do magistrado de conceder a prisão preventiva. “É necessário que se cumpra, até porque o acusado, pela postura erótica das ‘sedutoras’ conversas, onde inclusive troca fotos, descreve intensa vida sexual com outros”, escreveu. Ele ressalta que as “orgias” eram descritas entre risos nas “‘conversinhas’ mantidas com seus amigos na Internet”. “E o perfil desenhado pela prova indiciaria sua franca capacidade de usar sua postura de padre para executar ‘lavagem cerebral’”.

O juiz atenta para o fato de que M., por ser polonês, pode deixar o Brasil, e ratifica sua decisão afirmando que “a liberdade do acusado põe em sério e concreto risco a garantia da ordem pública, em especial o bem-estar da juventude religiosa que frequenta as igrejas.

In: http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/5/padre_acusado_de_transformar_igreja_em_masmorra_erotica_82750.html

quarta-feira, 19 de maio de 2010

SUGESTÃO DE SITE: NÃO SALVO!



Recomendamos fortemente o site NÃO SALVO (www.naosalvo.com.br). O site começa com a deliciosa frase:
ENTRE O CÉU E O CRÉU EXISTEM COISAS QUE VOCÊ NEM IMAGINA

SUGESTÃO DE LEITURA: TWITTER OCRIADOR



Divulgamos o excelente (site e twitter) O CRIADOR. Reproduzimos algumas das frases "divinas" do Criador, a começar por aquela que abre o blog: "Pregação religiosa foi o que fizeram com Jesus"!

ENDEREÇOS:

www.twitter.com/OCriador

http://sacdivino.org/


FRASES:

Em uma coisa Eu admiro os ateus: eles não saem por aí jogando aviões em torres..

Etimologicamente, a palavra crucificação é formada pelos substantivos cruz e ficção.

Adão nasceu no exato momento em que Eu cansei de brincar de Jurasic Park e passei a jogar The Sims.

Para que tu entendas a trindade: Eu posso ser três, assim como o companheiro do Ash pode ser Pichu, Pikachu e Raichu.

A segregação do twitter começará quando Eu preparar Minhas listas: Up e Down.

Se Moisés houvesse ouvido sua esposa e parado para pedir informação, não teria vagado 40 anos perdido pelo deserto.

Jesus, quando crucificado, pensou: deveria ter ouvido minha mãe, cortado o cabelo e arranjado um emprego de verdade.

Quando um judeu chega ao Céu e encontra Jesus sentado ao Meu lado, logo põe o rabino entre as pernas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

J´ACCUSE! POR NOTÍCIAS COMO A PUBLICADA ABAIXO É QUE REIVINDICAMOS A PRISÃO DE PADRES, PASTORES, FREIRAS E DO PRÓPRIO PAPA



NÃ0 DÁ MAIS:
pastores evangélicos envolvidos em apropriação indébita de bens de fiéis, em lavagem de dinheiro, em exploração da fé popular, em emissão de dinheiro ao exterior. Padres e bispos da Igreja Católica envolvidos em crimes cada vez mais sórdidos de pedofilia, de namoros de mulheres e homens casados, de bebedeiras (e de calças arriadas, como o recente caso do padre de Ibiporã - e padre destes que cantam e dançam como Celso Melo e Marcelo Rossi ...).
CHEGA!!!
A associação de Richard Dawkins pediu a prisão do papa! Nós queremos mais! Reivindicamos:
- Expropriação imediata de todas as Igrejas e templos e doação de terrenos e construções para o Programa governamental MINHA CASA, MINHA VIDA;
- Rompimento de relações diplomáticas com o Vaticano.
- Cassação de todos as concessões de TV, rádios e jornais ligados a religião;
- prisão de todos os religiosos acusados de crimes sexuais (se soltos, monitoramento por tornozeleira eletrônica com GPS);
- prisão imediata do casal Hernandez e do bispo Edir Macedo por lavagem de dinheiro.

Agora, leiam abaixo a notícia absurda sobre as relações da Igreja com seus delinquentes sexuais:


Noticiar pedofilia é 'campanha', diz cardeal
(do site do UOL )

São Paulo - Para o cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, a divulgação de notícias sobre as denúncias de abuso sexual de menores cometidos por membros do clero católico em todo o mundo - "uma verdadeira chaga", como define - faz parte de "uma campanha para desacreditar a Igreja". Ele também diz que os escândalos não atingem nem 1% dos padres.

"Estamos sendo cobrados como se só nós tivéssemos esse pecado", afirma o cardeal. "Sabemos que esses casos não chegam a 1% dos 400 mil sacerdotes que existem no mundo. É uma abrangência baixa, pois dentro da própria família isso aumenta para mais de 10%. Outras categorias têm muito mais", diz ele, sem citar fontes ou acrescentar detalhes.

"A Igreja não está querendo a absolvição de todos os réus", continua. "Aqueles que forem acusados devem ser submetidos a julgamento. O Direito Canônico prevê punições e existem tribunais eclesiásticos para verificar se a acusação é procedente." As informações são do jornal O ESTADO DE S. PAULO.

[in: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2010/05/17/noticiar-pedofilia-e-campanha-diz-cardeal.jhtm ]

VIVA A RELIGIÃO: PADRE BÊBADO, EMBRIAGADO E CORRUPTOR ATIVO!!!



A Polícia Militar (PM) de Ibiporã prendeu, na madrugada deste domingo (16), o padre Silvio Andrei, 40 anos. O padre foi encontrado nu no veículo dele, um Fiat Idea, e foi detido em flagrante pelos crimes de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante. Antes da detenção, a PM recebeu uma denúncia de um rapaz que disse ter sido assediado pelo sacerdote.

A Justiça de Ibiporã negou, no fim da tarde, o pedido de liberdade de Andrei, protocolado pelo advogado de defesa do religioso. Ele foi transferido para o Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) em Londrina.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

3o. PNDH: UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL



Bispo de Jales critica "fundamentalismo" de religiosos que condenam plano

LARISSA GUIMARÃES
da Sucursal de Brasília

O bispo de Jales (SP), dom Luiz Demétrio Valentini, criticou ontem o "fundamentalismo" de religiosos da Igreja Católica, que querem condenar todo o 3º PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos). Os bispos estão reunidos em Brasília, na 48ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e deverão apresentar nesta quarta-feira um documento com críticas ao plano dos direitos humanos.

De acordo com dom Valentini, parte dos bispos vê o plano como uma "provocação" e, por isso, quer condenar em bloco todo o PNDH-3. Ele disse temer que seja fechado um documento "marcado pelo fundamentalismo", pois para ele o plano de direitos humanos traz muitos avanços.

"A gente percebe que existe um patrulhamento externo, mandam centenas de e-mails [para os bispos], invocando o evangelho para condenar em bloco [o plano], para mandar o presidente para o inferno e mais não sei quem junto", disse dom Valentini.

"Alguns bispos parece que se sentem mais motivados por esse tipo de posicionamento, que para mim é caracterizado por um fundamentalismo incompatível com os nossos tempos", completou.

O PNDH-3 tem provocado polêmica desde o início do ano, por tratar de temas como o aborto, o que enfureceu setores da Igreja Católica. Após pressões, o governo resolveu modificar o trecho que tratava do aborto e poderá também alterar o item sobre a ostentação de símbolos religiosos, como crucifixos nas paredes. A versão final do plano dos direitos humanos deverá ser assinada pelo presidente Lula e divulgada pelo governo.

Segundo dom Valentini, a discussão sobre o PNDH-3 na última segunda-feira foi marcada por tensão e falta de consenso. De acordo com o bispo de Jales, parte dos religiosos não aceita que o plano de direitos humanos trate de questões como a profissionalização de prostitutas, a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo e a união civil gay.

"Tenho esperança de que prevaleça o bom senso. Tenho a esperança de que não vamos fazer um documento marcado pelo fundamentalismo", afirmou.

(IN: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u733855.shtml )

terça-feira, 11 de maio de 2010

AS PESSOAS TÊM DE APRENDER A CONVIVER COM OS "SEM-DEUS"




Para filósofo americano, em algumas áreas dos EUA os ateus ainda sofrem a mesma discriminação que os homossexuais sofriam na década de 1950

QUANDO DEZEMBRO chega, diversão é o que não falta na vida do filósofo americano Daniel Dennett, 68. Além de ser tomado por Papai Noel pelas crianças mais empolgadas, o pesquisador ainda organiza sessões caseiras de música natalina.
Só não o convide para a Missa do Galo: ele é um dos mais articulados defensores do ateísmo de inspiração científica.
Autor de "A Perigosa Ideia de Darwin" e "Quebrando o Encanto", Dennett se especializou em explicar com clareza os conceitos-chave da teoria da evolução, usando-a para abordar temas como a natureza da consciência e as origens da religião.

REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele afirma que tentar conciliar os dados da biologia evolutiva com a crença em Deus é um ato de desespero intelectual. Os que fazem isso, ataca, "estão apresentando como ciência o que, na verdade, é uma espécie de confusão na cabeça deles".
Diz também que se declarar ateu hoje em algumas regiões dos EUA é o equivalente a se declarar homossexual nos anos 1950, e que a onda recente de livros escritos por cientistas ateus militantes está ajudando a tirar o ateísmo do armário.
Dennett, que estará no Brasil no dia 8 de novembro para participar do seminário Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre (www.fronteirasdopen samento.com. br), conversou com a Folha por telefone. Leia abaixo a entrevista.




FOLHA - Há um grupo de cientistas nos EUA, como Francis Collins, ex-chefe do Projeto Genoma Humano, que são defensores da teoria da evolução e, ao mesmo tempo, tentam conciliá-la com sua fé cristã. Mas têm sido muito atacados, até acusados de criacionistas disfarçados. O sr. concorda com tais críticas?
DANIEL DENNETT - Acho que essas pessoas têm dois padrões diferentes para o que consideram pensamento racional. Quando estão fazendo ciência, adotam um padrão elevadíssimo e, quando estão tentando reconciliar sua ciência com sua religião, acabam aceitando que esse padrão caia um pouco, tolerando argumentos que nunca tolerariam numa discussão científica. Não acho que sejam criacionistas, mas acho que eles estão apresentando como ciência o que, na verdade, é uma espécie de confusão na cabeça deles.

FOLHA - Mas eles deixam claro que a reconciliação não é ciência nem está cientificamente comprovada.
DENNETT - E até que é uma boa tentativa, mas não acho que funcione bem. Podemos colocar da seguinte maneira: a biologia, a teoria evolutiva, não prova de forma absoluta que não pode existir um Deus. Se você quer continuar a acreditar que Ele desempenha algum papel, pode até fazer isso com sua consciência tranquila. Mas você deveria ter em mente que se trata de uma posição que é quase um ato de desespero, não é uma visão positiva de maneira alguma. É uma espécie de último recurso. Terminei recentemente um livrinho que deve ser lançado em breve, um debate com o filósofo cristão Alvin Plantinga. E Plantinga argumenta, corretamente, que a teoria evolutiva é logicamente compatível com a crença num Criador que intervém no processo evolutivo.
Admiti que isso era verdade, mas disse que a evolução também é compatível com a hipótese de que o Superman pousou aqui durante a Explosão Cambriana [evento em que surgiram todos os principais grupos de animais], há 530 milhões de anos e, assim, possibilitou a origem dos humanos. É uma hipótese totalmente doida, mas é coerente com tudo o que sabemos sobre biologia evolutiva.

FOLHA - A onda recente de livros escritos por cientistas que também são ateus militantes surgiu, de acordo com os próprios autores, porque a posição acomodacionista em relação à religião não estava funcionando. E essa nova abordagem? O sr. acha que está funcionando?
DENNETT - Acho que sim, por enquanto, embora estejamos só no começo. Nos EUA, acho que houve uma mudança clara nos padrões de expressão pública. Hoje é muito mais comum ouvir as pessoas dizerem abertamente que não acreditam em Deus, que elas são "sem-deus". Pesquisas recentes mostram que esse é o grupo que mais cresce na população. E, toda vez que alguém se declara abertamente, que se sente encorajado a dizer isso, a atmosfera fica um pouco mais limpa, e a vida fica um pouco mais fácil para outras pessoas.
Ainda há enormes áreas do país onde, se você disser que não acredita em Deus, vai perder seus amigos, seu negócio. Nesse ponto, os ateus estão mais ou menos na mesma posição em que estavam os homossexuais nos anos 1950, ou seja, se você admitir que pertence a esse grupo, sua vida está arruinada.
Temos de mudar isso. Temos de fazer com que seja possível para um morador do "Cinturão da Bíblia" [as áreas mais religiosas dos EUA, nos Estados do Sul e do Meio-Oeste] dizer com toda a franqueza: "Bem, você pode ter sua religião, se quiser, mas eu não sou religioso" e ser respeitado mesmo assim.

FOLHA - No livro "Quebrando o Encanto", sobre a tentativa de explicar as origens da religião com base na biologia evolutiva, o sr. passa a impressão de defender mais a ideia de que a religião é só um subproduto de características da mente humana que evoluíram por outros motivos. Sua posição contra a religião pode ter influenciado essa opinião?
DENNETT - Acho que é importante perceber que as duas visões não são necessariamente conflitantes. Há uma posição óbvia, natural, que diz que primeiro a religião emerge como subproduto de predisposições psicológicas que não têm nada a ver com a religião, e então, depois que ela passa a existir, acaba sendo aproveitada para outras funções, evoluindo, digamos, social e culturalmente. Desse jeito, você pode manter ambas as vertentes, e na verdade acho que esse modelo é bem mais plausível do que uma visão puramente ligada à adaptação, porque é muito difícil imaginar quais teriam sido as pressões de seleção [para que a religião surgisse].

FOLHA - O que o sr. acha da dificuldade das ciências humanas para incorporar a biologia evolutiva na sua maneira de pensar?
DENNETT - Para mim é engraçado ver a quantidade de antidarwinistas "automáticos" existente nas humanidades, na filosofia. Foi o reconhecimento disso que me levou a escrever "A Perigosa Ideia de Darwin". Hei de ir em frente com bom humor e vou mostrar a eles o quão reacionários estão sendo.

FOLHA - Mas por que a resistência?
DENNETT - Acho que eles estão muito presos à ideia que poderíamos chamar de criatividade de cima para baixo, na qual você tem um autor que é o gênio, a fonte das ideias. Essa visão está impressa de modo tão fundo nas artes e nas humanidades que a ideia de que na verdade a coisa está de ponta-cabeça, que os próprios grandes gênios são o produto complexo de processos "sem mente", algorítmicos, de baixo para cima -essa é uma ideia muito difícil de engolir para muita gente. A primeira coisa que nós temos de mudar é o hábito dos especialistas em ciências humanas de zombar dessas ideias e ridicularizá- las. A zombaria deles é obscurantista, ignorante.

FOLHA - Qual a sua visão sobre o estado atual da pesquisa em inteligência artificial? Por que ainda estamos tão longe de conseguir criar uma máquina consciente?
DENNETT - Algumas pessoas que começaram a estudar a IA [inteligência artificial] não estavam interessadas em consciência, mas apenas em produzir alguns sistemas cognitivos extremamente competentes. Essa abordagem foi um sucesso. Não chamamos isso de IA, mas agora faz parte das nossas vidas, seja no caso do reconhecimento de voz, no planejamento de reservas de voo, no controle de diversos elementos dos nossos automóveis. Em certo sentido, tudo isso é inteligência artificial. Quando as pessoas pensavam em robôs 20 anos ou 30 anos atrás, imaginavam humanoides que seriam mordomos, arrumadeiras ou cozinheiros.
Esses robôs não existem, mas ao menos parte dessas tarefas hoje são rotineiramente delegadas ao controle de computadores. Então, esse primeiro sonho se realizou, de fato. O outro sonho da IA, o de realmente construir um robô consciente, sempre foi loucamente ambicioso, e uma das coisas que aprendemos foi exatamente a dimensão dessa dificuldade. A robótica humanoide continua, mas acho que nunca criaremos um robô humanoide consciente. Custaria mais do que pousar na Lua.

FOLHA - Em "A Perigosa Ideia de Darwin" o sr. diz que, ainda que não seja possível ou sensato rezar para o Universo, a ciência proporciona uma espécie de assombro transcendental diante dele. Nesse ponto, a ciência e a religião não se aproximam?
DENNETT - Sim, eu acho que a melhor ideia da religião é encorajar uma certa modéstia, um respeito e uma reverência pela natureza neste incrível Universo que nós habitamos. E, claro, isso remonta diretamente a [Baruch] Spinoza [filósofo holandês do século 17], para quem o caminho para estudar Deus é estudar a natureza. Acho que o respeito e o amor por este mundo maravilhoso no qual existimos, que pode nos inspirar a melhorá-lo para outras pessoas, é a melhor mensagem da religião, e a ciência pode compartilhar esse sentimento.

FOLHA - O sr. ainda participa de corais de Natal?
DENNETT - Sim, todos os anos fazemos uma festa dedicada a canções natalinas, temos nosso próprio livro de partituras que eu fui montando com todo o carinho ao longo dos anos. É lindo. Costumam aparecer umas 30 pessoas, talvez algumas delas sejam religiosas, mas a maioria deles é como eu. Somos cristãos culturais -crescemos com essas músicas e adoramos, então mantemos a tradição viva. E, sim, a criançada às vezes ainda me confunde com Papai Noel.

Folha de S.PAULO, 10/05/2010

CARDEAL ACUSA EX-NÚMERO 2 DO VATICANO DE ENCOBRIR PEDOFILIA



O episódio confirma o grau de encobrimento e a dimensão da crise que os escândalos de pedofilia estão a provocar na Igreja: o cardeal de Viena, Christoph Schönborn, considerado próximo do Papa, acusou o cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, de ter travado a investigação de abusos sexuais durante o tempo em que foi número dois do Vaticano, entre 1990 e 2006.

Schönborn acusou Sodano de, em 1995, ter impedido o então cardeal Joseph Ratzinger de investigar alegações de abusos sexuais pelo então arcebispo de Viena, cardeal Hans Herman Groër, que deixou o posto em 1995 e veio a morrer em 2003, sem alguma vez ter admitido abusos.

O caso, divulgado pela agência católica austríaca Kathpress no sábado, mereceu grande atenção da imprensa italiana. "Guerra no Vaticano sobre pedofilia", escreveu Il Giornale. Já no mês passado, recordou a Reuters, o National Catholic Reporter, dos EUA, acusara Sodano de ter fechado os olhos aos abusos sexuais do fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel. O antigo secretário de Estado, já retirado, ainda não reagiu.

O relato do cardeal austríaco reforça anteriores indicações de que Ratzinger teria sido impedido de avançar com investigações. O mesmo Schönborn confidenciou noutra ocasião a jornalistas, a propósito do caso Maciel, um desabafo que lhe teria sido feito por Ratzinger: "Eles ganharam." Independentemente do papel de cada protagonista, as revelações mostram a gravidade da crise provocada pela pedofilia.

O fim-de-semana passado trouxe outros desenvolvimentos: dois padres foram suspensos na diocese alemã de Würzburg, por suspeita de abuso sexual de menores, e o Papa aceitou o pedido de demissão apresentado no mês passado pelo bispo Walter Mixa, de Augsburgo, que admitiu ter batido em menores e está a ser investigado pelo Ministério Público por alegados abusos sexuais.

A demissão de Mixa foi a primeira de um bispo na Alemanha, um dos países onde, nos últimos meses, as denúncias de abusos sexuais pelo clero se tornaram frequentes. Não sendo novidade - nos anos 90 várias dioceses dos EUA pagaram avultadas indemnizações a vítimas -, a revelação de casos de pedofilia aumentou depois da divulgação, no ano passado, de investigações na Irlanda, onde, desde 2008, seis bispos ou bispos auxiliares pediram a demissão que Bento XVI aceitou em quatro situações. A Bélgica, onde há poucas semanas um bispo também se demitiu, a Holanda, o México, o Canadá, os EUA e o Brasil são outros países onde o escândalo irrompeu.

O Papa já pediu desculpas, mas isso não parece bastar para reparar os danos de uma crise que, nas palavras do teólogo suíço Hans Kung, "ganhou dimensões inauditas". Em declarações ao diário italiano La Repubblica, este crítico de Bento XVI, de quem em tempos foi próximo, disse que os abusos produziram uma "crise de confiança" na Igreja e manifestou receio de que o Vaticano não tenha percebido a "exacta dimensão do que está a acontecer". Por isso, aconselha o pontífice a nomear um "comité de sábios" que o ajude a tomar decisões. [i]

http://www.publico. pt/Sociedade/ cardeal-acusa- exnumero- 2-do-vaticano- de-encobrir- pedofilia_ 1436561

DANIEL DENNETT: ALÉM DO ESPELHO!



Entrevista: Daniel Dennett, filósofo, autor de "Breaking the Spell"

Há clérigos que não acreditam em Deus? Essa pergunta, que poderia ter sido o ponto de partida de uma reportagem jornalística ou de um romance, serviu de mote para um artigo científico intitulado Preachers Who Are Not Believers (Pregadores que Não São Crentes) publicado na edição de março da revista americana Evolutionary Psichology. Um de seus autores, o filósofo e psicólogo Daniel Dennett, foi a campo entrevistar homens e mulheres que, depois de uma vida inteira dedicada a comunidades de fiéis, deram-se conta de que haviam perdido a fé. O texto revela as angústias desses pregadores que, apesar da descrença, não abandonam o púlpito.

Filho de um agente de inteligência e de uma jornalista, Dennett é um dos expoentes do neoateísmo, corrente que, além de sustentar a não-existência de Deus, recorre a instrumentos de comunicação de massa, como outdoors, para propagar suas ideias e promove uma crítica ácida de instituições como a Igreja Católica. O livro mais conhecido de Dennett é Darwin's Dangerous Idea (A Idéia Perigosa de Darwin), inédito no Brasil, foi publicado em oito países e está prestes a ganhar versões em húngaro, japonês e chinês. Nesta entrevista, concedida por e-mail, ele explica suas ideias:

Zero Hora – O ateísmo está se expandindo? Por quê?

Daniel Dennett – Sim, está. Acredito que quatro livros surgidos num curto período de tempo – O Fim da Fé, de Sam Harris (Tinta da China, 2007), Deus, um Delírio, de Richard Dawkins (Companhia das Letras, 2007), Deus Não É Grande, de Christopher Hitchens (Ediouro, 2007), e meu livro, Breaking the Spell (Quebrando o Feitiço, inédito em português), encorajaram muitos ateístas a serem menos reticentes sobre suas opiniões. Isso também encorajou outros a repensar suas crenças. Duvido que muito mais pessoas tenham se tornado ateístas; penso que elas estão apenas admitindo que foram ateístas por anos.

ZH – Um mês depois do 11 de Setembro, o romancista britânico Ian McEwan escreveu: "Dissabor com qualquer religião". O revival ateísta é um efeito colateral do 11 de Setembro?

Dennett – Duvido que o 11 de Setembro tenha muito a ver com isso, embora a resposta do governo George W. Bush ao 11 de Setembro tenha sido extremamente desordenada. Foram as insinuações de teocracia no governo Bush que me provocaram, por exemplo, a deixar de lado meus outros projetos e escrever meu livro.

ZH – A religião é, em si, má?

Dennett – Não, ou pelo menos apenas certa religião é má em si mesma. A maior parte é muito benigna, mas isso confere "coloração protetora" às variantes más, que, por serem religiões, são consideradas acima da crítica por muitas pessoas.

ZH – Imaginar que não exista religião é uma questão supérflua?

Dennett – Os Beatles já nos convidaram a imaginar isso. (O verso "Imagine... que não há religião também" é da canção Imagine, de John Lennon, e foi composta quando ele era ex-integrante dos Beatles.) Eu duvido que a religião vá simplesmente se extinguir. Penso que uma hipótese muito mais realista é que as religiões vão sobreviver se transformando em instituições mais aceitáveis.

ZH – O escândalo de abusos sexuais na Igreja Católica seria diferente se tivesse ocorrido num contexto não-religioso?

Dennett – Claro! Se, por exemplo, fosse descoberto que uma multinacional como a IBM, a Shell ou a General Motors tivessem acobertado esses crimes por seus empregados, os líderes dessas companhias estariam todos na prisão cumprindo longas penas. Penso que deveríamos julgar a Igreja Católica pelos mesmos padrões com que julgamos fabricantes de automóveis. No mínimo, deveríamos julgá-los por padrões elevados, uma vez que seus representantes têm tão extraordinárias posições de confiança.

ZH – O cientista britânico Richard Dawkins propôs a prisão do papa Bento XVI por "crimes contra a humanidade" em razão de seu suposto acobertamento dos escândalos. Qual é a sua opinião sobre isso?

Dennett – Creio que dificilmente será uma campanha bem-sucedida, mas aprovo-a de todo o coração.

ZH – Fazer campanha pelo ateísmo com anúncios em ônibus, como ocorre na Grã-Bretanha, é correto? Não seria melhor manter o debate no campo acadêmico e cultural?

Dennett – Religião não é apenas um fenômeno acadêmico. Creio que é muito saudável ter o público em geral informado sobre a variedade de opiniões sobre religião sustentadas por seus vizinhos e concidadãos. Os anúncios que vi eram de bom gosto, muitas vezes divertidos, leves. Eu os aprovo. Quem se sentir ofendido deveria ser submetido a algum tipo de ajuste de conduta. Não têm o direito de ter suas próprias opiniões mais respeitadas do que as opiniões de outros cidadãos.

ZH – Há um grande número de cientistas efetivamente engajados no ateísmo militante. O historiador britânico Eric Hobsbawm escreveu que cientistas geralmente não se preocupam com questões políticas e filosóficas, a menos que percebam algum risco a seu próprio trabalho. O senhor acredita que é esse o caso atualmente?

Dennett – Sim, cientistas têm coisas melhores a fazer com seu tempo e energia do que se engajar em atividades políticas em favor do ateísmo. Se pessoas que não acreditam em Deus mantivessem suas opiniões e práticas restritas a seus próprios grupos e não tentassem impô-las aos outros, não teríamos de nos engajar nesta atividade política.

ZH – A obra de Darwin ainda é perigosa do ponto de vista religioso?

Dennett – Não apenas do ponto de vista religioso. Há muitas pessoas na academia que não são religiosas no sentido tradicional mas que consideram a ideia da seleção natural profundamente repugnante. Isso as torna quase histericamente contrárias à aplicações do pensamento darwiniano em seus próprios campos. Isso pode se tornar perigoso.

ZH – Qual será a situação da religião na metade deste século?

Dennett – Se eu soubesse – se alguém soubesse –, não teria escrito meu livro, que apela por um novo estudo científico da religião, especialmente para nos dar uma fundação mais substancial na qual basear uma resposta a essa importante questão. [i]

http://zerohora. clicrbs.com. br/zerohora/ jsp/default2. jsp?uf=1&local=1&source=a2889583. xml&template=3898. dwt&edition=14605§ion=1029

O PAPA E SUA VERVE ....



Igreja Católica precisa reconhecer a terrível verdade dos abusos sexuais, diz papa

O papa Bento 16 afirmou nesta terça-feira que a recente crise de abusos sexuais contra crianças por sacerdotes deve fazer com que a Igreja reconheça a terrível verdade --a maior ameaça à Igreja vem de seus próprios pecados.

Papa poderá "renovar valores" em Portugal, diz presidente italiano
Portugal espera 200 mil em primeira missa de visita do papa
Análise: Papa visitará um Portugal cada vez mais liberal e secular

Em alguns dos comentários mais abrangentes ao público desde que o escândalo de pedofilia estourou, há dois meses, Bento 16 disse aos jornalistas que a Igreja tem uma "necessidade muito profunda" de reconhecer que deve fazer penitência por seus pecados e aceitar a purificação.

(continua em http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u733226.shtml )

quinta-feira, 6 de maio de 2010

GRANDE WOODY ALLEN!



Um personagem do recentíssimo filme de Woody Allen ("Tudo Pode Dar Certo") diz:
“- Deus é gay”.
E o outro responde:
“- Não pode ser. Ele fez o universo perfeito, os oceanos, os céus, as lindas flores, as árvores em todos os lugares”.
“- É isso aí: ele é decorador”.

DE SAFADEZA AS IGREJAS ANDAM CHEIAS!!!



Tocar em adolescente não é tocar em criança, diz bispo
Folha de S.Paulo

Na semana em que sacerdotes brasileiros discutem a pedofilia, o bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino, afirmou que é preciso distinguir os casos de abusos contra crianças e os casos de abusos cometidos contra adolescentes. O bispo opinou sobre a questão após ser questionado sobre a declaração de outro religioso --o arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Dadeus Grings-- que disse anteontem que "a sociedade atual é pedófila", o que provocou polêmica no primeiro dia da 48ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Brasília. "A sociedade não é pedófila", disse ontem dom Angélico, para completar mais adiante: "Acredito que o meu ilustre colega quis dizer que estamos vivendo num ambiente saturado de uma certa permissividade".

Dom Angélico, da ala progressista da Igreja Católica, quis frisar que há uma "confusão generalizada" entre pedofilia e efebofilia (atração sexual por adolescentes).

"Tocar numa criança é diferente de tocar num adolescente, o que eu não quero dizer que se deva tocar num adolescente. Absolutamente, mas é diferente", afirmou.

A pedofilia é uma das temáticas do evento, que reúne mais de 300 bispos e religiosos até o dia 13.

(in: http://www.agora.uol.com.br/brasil/ult10102u730912.shtml )