Robert Pirsig (in: "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas")

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

BOAS NOTÍCIAS: NÚMERO DE ATEUS SUPERA O PERCENTUAL DE CRISTÃOS NA INGLATERRA



THE GUARDIAN, 24-12-2010


RELIGION: RESPECTING THE MINORITY


This Christmas, for perhaps the first time ever, Britain is a majority non-religious nationEvery year, researchers from the British Social Attitudes survey ask a representative sample of British people whether they regard themselves as belonging to any particular religion and, if so, to which one? When the survey first asked these questions in 1985, 63% of the respondents answered that they were Christians, compared with 34% who said they had no religion (the rest belonged to non-Christian religions).

Today, a quarter of a century on, there has been a steady and remarkable turnaround. In the latest 2010 BSA report, published earlier this month, only 42% said they were Christians while 51% now say they have no religion. Admittedly, some other surveys – including the last census – have produced different findings on these issues, usually to the advantage of the religious option. There is also a margin of error in all such exercises.

All the same, and particularly since the trends in opinion over time seem well set, it is hard not to feel that this latest finding marks a cultural watershed.This Christmas, for perhaps the first time ever, Britain is a majority non-religious nation. Most of us have probably seen this moment coming, but it is a substantial event nonetheless.

It is undoubtedly a development that would have astonished our ancestors who built a Britain on the basis that we were and would remain a predominantly Protestant people. The victory of secularism would have flabbergasted them almost as much as the pope appearing on the BBC with his Thought for the Day.The change ought certainly to inspire some national reflection, though there is no need for national breast-beating.

After all, in most eyes, the BSA survey finding simply underscores things that have already become obvious. Today, our three political parties are led by two open atheists, and a prime minister who admits his faith comes and goes, a development impossible to imagine in other parts of a world, in which the loss of religion is not a uniform trend.

The Britain of 50 years ago, in which religion was a far larger part of the social fabric and the national way of life, is a country we have lost.What is more striking about the survey is how quickly the change has come – just a generation. It is not that long since everything shut on Sundays, since a majority went regularly to church of some sort, since all schoolchildren knew and sang hymns and studied the Bible even if they did not believe in it, and since the idea that public figures could be anything other than observantly Christian would have seemed unthinkable. I

t would be hard to say, by most yardsticks, that those were better times. They were certainly different ones. The direction of change is likely to continue. We must all get used to it.None of this is to dismiss the religious or to disparage its institutions, let alone to imply that Christmas is unimportant. For all its secular and commercial excess, Christmas remains a surprisingly serious season, accentuated this year by the bleak weather.

But it is to say that sensitive adaptation to the predominantly non-religious era is required on all sides. In many respects, Britain is handling that task quite well. Our national evolution into a less religious society is not without its skids and bumps. If anything, though, it is being managed with greater dignity than our parallel evolution into a less politicised one.It is no more the place of a newspaper to impose a religious test on its readers than it was right for the British state to impose such tests on its office-holders in the past.

In some sense, the protection of respect becomes more important with Christianity's decline. When Anglicanism held unchallenged sway, after all, it was important to assert the rights of those who disagreed with it, whether as Catholics, nonconformists, non-Christians or as atheists. Today, as an era of non-religious ascendancy begins in Britain, the importance of tolerance towards the faiths is not diminishing but increasing.




[Um instituto de pesquisas divulgou, este mês, na Grã-Bretanha, que pela primeira vez na história da região a maioria da população é não religiosa (51% x 42% - cristãos), e o crescimento da descrença é acompanhado ao crescimento da tolerância em relação às crenças.]

sábado, 25 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

EM DEFESA DO DEBATE



EM DEFESA DO DEBATE
ZERO HORA, 19-12-2010

Cláudia Laitano

á ouvi, não poucas vezes, a expressão sair do armário associada à decisão de falar abertamente sobre o próprio ateísmo. O empréstimo do termo empregado por homossexuais para marcar o momento em que assumem sua orientação sexual não é de todo disparatado. Costuma-se calcular o número de homossexuais em cerca de 10% da população. Pessoas que se declaram sem religião, no Brasil, já chegam a quase 8%. Apesar dos números absolutos expressivos, trata-se de duas minorias cercadas de preconceito e desconhecimento por todos os lados.

Adultos esclarecidos podem não ter muito problema em assumir-se gays ou ateus, mas a necessidade de viver uma vida dupla para sentir-se aceito e "normal" ainda causa sofrimento e confusão, especialmente nos mais jovens. Apenas por esse motivo já seriam importantes as campanhas de esclarecimento como a proposta pela Atea. (A propósito: eu mesma "saí do armário" aos 19 anos, quando li O Futuro de uma Ilusão, de Sigmund Freud, e percebi que a religião já não fazia sentido para mim.)

Assim como as paradas gays não pretendem convencer heterossexuais a mudar de lado, campanhas, debates públicos e mesmo este texto que você está lendo agora não têm a intenção de convencer quem acredita em Deus a mudar de opinião – embora um bom efeito colateral seria despertar o interesse para leituras qualificadas sobre o assunto. O que se quer é trazer à tona um debate que, em muitas situações, não se restringe a escolhas da esfera privada, mas acaba afetando a sociedade como um todo – de diferentes formas em diferentes países.

Nos Estados Unidos, uma das causas mais fortes do ateísmo do século 21 tem sido a defesa de um cientista do século 19, Charles Darwin. Lá, muitas escolas ensinam a teoria da evolução e o criacionismo como se fossem teorias equivalentes e merecessem o mesmo tratamento na educação formal – em casos extremos de obscurantismo, o ensino do evolucionismo é simplesmente proibido. O ateísmo, neste caso, sai em defesa da ciência e de todas as conquistas que ela já trouxe para a humanidade – e que vai continuar trazendo, se a busca pelo conhecimento continuar sendo um valor estimulado desde a infância.

No Brasil, debates sobre temas como aborto e pesquisas com células-tronco têm sido continuamente afetados por crenças religiosas. Neste caso, o ateísmo sai em defesa da democracia: manter a religião saudavelmente separada das questões do Estado e da Justiça é um dogma defendido por todos os democratas, não apenas os ateus.

É importante também derrubar mitos como o que associa a falta de religião à ausência de princípios ou moral, o que, além de absurdo, é ofensivo. Nem ateus nem crentes podem reivindicar o monopólio do caráter, da vida interior, da tolerância e mesmo da inteligência – e quem diz em contrário está mal-informado ou francamente mal-intencionado. [i]

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a3146889.xml&template=3898.dwt&edition=16111§ion=1003

VETO À CAMPANHA PUBLICITÁRIA FORTALECE MOVIMENTO DE ATEUS E AGNÓSTICOS



VETO À CAMPANHA PUBLICITÁRIA FORTALECE MOVIMENTO DE ATEUS E AGNÓSTICOS
ZERO HORA, 18-12-2010

Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) alcançou 1,74 mil membros na semana passada

Maurício Palazzuoli foi mórmon até perto dos 30 anos. Alfredo Spínola mastigava a hóstia das missas matinais, no colégio interno católico, para investigar a verdade. Daniel Sottomaior é descrente de nascença. Se acreditassem em alma, os três seriam a da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), entidade fundada por eles em 2008 e que alcançou 1,74 mil membros na semana passada.

Duzentos e noventa desses sócios, o equivalente a 17% do total, foram amealhados em apenas seis dias, como consequência de uma polêmica que colocou a Atea em evidência nos jornais e na internet. O motivo da controvérsia foi o veto, em São Paulo, Salvador (BA) e Porto Alegre, de uma campanha concebida pela entidade para combater o preconceito contra os ateus. O episódio deixou o trio ainda mais convencido de que a sociedade brasileira não aceita sequer conceder a palavra a quem não crê na existência de deuses.

– O preconceito é tão grande que não conseguimos sequer lançar uma simples campanha. No Brasil, o ateu é associado a tudo de horrível. É visto como criminoso, alguém que acredita em demônios, que quer a morte de todos. Mas o ateu é apenas alguém que não acredita em mitos – diz Palazzuoli, um biólogo de 40 anos que responde pela tesouraria da Atea.

O fato novo é que, no Brasil e em várias partes do mundo, os ateus não estão mais dispostos a ficar calados. Favorecidos pela internet, que os colocou em contato por meio de comunidades de discussão, os descrentes se articularam e começaram a lançar campanhas para enfrentar o preconceito e expor seu ponto de vista. Também saíram à rua para protestar, como durante a recente visita papal à Espanha. A onda ateísta contou ainda com uma série de best-sellers publicados por intelectuais importantes, como o evolucionista Richard Dawkins (Deus – Um Delírio) e o jornalista Christopher Hitches (Deus Não é Grande).

O Brasil seguiu na mesma onda, e a Atea é uma das manifestações do fenômeno. Sua campanha publicitária segue o modelo já adotado em países europeus e nos Estados Unidos. Na capital gaúcha, os anúncios deveriam estampar a traseira de 10 ônibus durante um mês. Na última hora, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) barrou as peças, justificando que a legislação municipal proíbe manifestações religiosas (na verdade, são vetadas peças que estimulem a discriminação religiosa).

O presidente da entidade, o engenheiro civil Daniel Sottomaior, 39 anos, anunciou que vai acionar judicialmente a ATP.

Sottomaior é o rosto do ateísmo no Brasil há cerca de uma década. Curitibano radicado em São Paulo, ele se tornou conhecido por comparecer a programas de TV e rádio para defender o ponto de vista dos céticos. A militância rendeu-lhe ataques dos crentes na internet e ameaças de morte por e-mail e telefone. Ele conta que o pai e a mãe transitaram por diferentes credos, mas nunca o introduziram à religião.

– Tive a imensa sorte de não ser doutrinado quando criança. Todo mundo nasce ateu. Depois, o conceito de deus é introduzido à força. Eu pude escolher meu caminho – afirma.

Dinheiro é investido em ações e campanhas

Casado com uma agnóstica, Sottomaior tem uma filha de seis anos, a quem faz questão de manter afastada da religião. Ao procurar uma escola para ela, peregrinou por estabelecimentos que se diziam laicos, mas que punham as crianças a rezar na hora das refeições. Só na terceira tentativa encontrou uma instituição que não oferecia a ideia de que deuses existem.

Foi por meio de comunidades de ateus na internet que Sottomaior conheceu o biólogo Palazzuoli e o advogado Spínola, o que levou à criação da Atea. A entidade mantém um site (www.atea.org.br) bem fornido, com notícias, argumentos para ser ateu e um espaço para incentivar os descrentes a sair do armário. O dinheiro da entidade (25% dos sócios são contribuintes) é investido nos procedimentos legais contra quem ataca os ateus e em campanhas de esclarecimento.

– É muito mais representativo quando uma ação vem da associação do que quando chega de ateus isolados. O ateu é uma minoria e precisa se unir – diz Palazzuolo.

Ele é o único que acreditou em divindades. Batizado como mórmon, não faltava às celebrações dominicais no templo até os 30 anos. A crença desmoronou ao ter contato com a ciência: ingressou na faculdade de Biologia em 1998, foi exposto à teoria da evolução e converteu-se ao ateísmo.

O veterano é o advogado Spínola, 61 anos e passagem por várias escolas católicas na infância. Em uma delas, na qual era interno, os padres diziam que a hóstia era o corpo de Jesus e não deveria ser mastigada, ou verteria sangue. Spínola passou a mordê-la todos os dias. Não saiu sangue nenhum.

– Percebi tantas mentiras que comecei a desconfiar de tudo – diz. [i]

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3147265.xml

domingo, 12 de dezembro de 2010

BOA NOTÍCIA: CRUCIFIXOS FORA DO CORPO DE BOMBEIROS DE TATUÍ



Uma ordem de serviço assinada pelo comandante do Corpo de Bombeiros de Tatuí (SP), capitão José Natalino de Camargo, causa polêmica na cidade. Ele mandou retirar todos os crucifixos e imagens de santos católicos das unidades sob seu comando. Hoje, os 11 vereadores da Câmara local assinaram moção repudiando a medida tomada pelo militar. Camargo alegou que a exibição de símbolos católicos em repartições públicas causa "constrangimento" a pessoas que professam outra fé.

Para ele, imagens e crucifixos fazem "apologia" da religião católica e contribuem para a "manutenção da falsa crença de que aquela religião seria a única detentora da benesse estatal". O capitão invocou ainda a Constituição Federal que, segundo ele, estabelece que o Estado brasileiro é laico e, portanto, a exibição dos símbolos seria ilegal e inconstitucional. A comunicação foi repassada às unidades e postos dos bombeiros sob o comando do Grupamento de Tatuí, com ordem para cumprimento imediato.

Na moção aprovada por unanimidade, os vereadores consideram que o militar usou termos desrespeitosos ao se referir aos símbolos católicos. "O ato é arbitrário, com expressões equivocadas, desrespeitosas e imprudentes sobre a religião católica, refletindo total falta de sensibilidade", diz a nota da Câmara.

De acordo com os vereadores, a ordem de serviço fere o livre direito de professar a fé, também defendido pela Constituição. O comando regional da Polícia Militar (PM), ao qual se subordinam os bombeiros, não se manifestou a respeito. O pároco de Tatuí, padre Milton de Campos Rocha, estava em viagem e não foi localizado.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,bombeiro-proibe-crucifixo-e-causa-polemica-em-tatui-sp,641294,0.htm


A FALSA DEMOCRACIA BRASILEIRA ou, na verdade, NOSSA REPÚBLICA FUNDAMENTALISTA CRISTÃ



Na falsa democracia brasileira a livre expressão das idéias de ateus e agnósticos foi barrada. Enquanto isso, nossas TVs são invadidas diariamente e a todo instante com os pilantras da fé que roubam o cidadão "religiosamente" e ainda, ganham como benesse a isenção de mais de vinte impostos municipais, estaduais e federais!!! Que país é este?!?


do JORNAL "ZERO HORA":


Lei municipal impede campanha de Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos na Capital
Não é permitida publicação nos chamados "busdoor" de peças contendo manifestações religiosas, entre outros
A campanha da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, que seria veiculada em ônibus de Porto Alegre, foi suspensa.

Segundo a Associação dos transportadores de passageiros, uma lei municipal impede a publicação nos chamados "busdoor" de peças contendo pornografia, bebida alcoolica, manifestações religiosas, entre outros.

Os cartazes continham frases como "Religião não define caráter" e "A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas". No site da associação, uma mensagem informa que a mesma campanha também foi suspensa em Salvador.

A entidade diz que estuda medidas legais, e que parte dos recursos arrecadados para a campanha será destinada a ações jurídicas.

No site a associação também afirma que o objetivo da campanha é diminuir preconceito contra ateus.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3138337.xml

INFORMAÇÕES ÚLTIMAS (do site da própria ATEA: www.atea.org.br):
ÚLTIMAS NOTÍCIAS:


10/12/2010 16h35min: A empresa responsável pela veiculação em Salvador entrou em contato com a Atea informando que não iria cumprir o contrato assinado com a entidade, temendo ação do Estado e dos empresários de ônibus. A Atea estuda ação legal.

10/12/2010 18h10min: A Atea recebeu a informação de que a veiculação em Porto Alegre também foi barrada. A informação ainda precisa ser confirmada.

A arrecadação para a campanha continua, e parte dos recursos será destinada às ações jurídicas que necessariamente seguirão. Contribua!

sábado, 11 de dezembro de 2010

FINALMENTE: CAMPANHA ATÉIA TOMA CONTA DAS RUAS BRASILEIRAS


[clique na figura para ampliá-la]

Campanha em ônibus diz que Deus pode não existir

As peças de propaganda, com frases como "Religião não define caráter" e "A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas", circularão em ônibus de Salvador e Porto Alegre por um mês.

"O prazo pode se estender, se tivermos doações", diz Daniel Sottomaior, da Atea.

A campanha teve início no Reino Unido em 2009 e se espalhou por outros países, com resultados distintos.

Nos EUA e na Espanha, a iniciativa deu certo, provocando a esperada polêmica. Na Itália, a veiculação foi proibida. Na Austrália, a companhia responsável por anúncios em ônibus se recusou a exibi-los.

Algo parecido aconteceu em São Paulo. Depois que conheceu o conteúdo dos anúncios, já após a assinatura do contrato, a empresa que os veicularia se negou a fazê-lo, alegando que a legislação proíbe temas religiosos. A Atea avalia a possibilidade de uma ação judicial.

Metade dos cerca de R$ 10 mil utilizados na campanha brasileira vem de pequenas doações e de recursos da própria instituição. A outra metade vem de um único doador paulista que prefere permanecer anônimo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/843807-campanha-em-onibus-diz-que-deus-pode-nao-existir.shtml