Robert Pirsig (in: "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas")

terça-feira, 20 de abril de 2010

SOBRE A SEITA DOS EVANGÉLICOS E OUTRAS SEITAS...AHHH!!!, E, TAMBÉM, SOBRE ESFOLAÇÃO FINANCEIRA DE FIÉIS...



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Os evangélicos costumam ser alvos de crítica pela facilidade com que seus pastores arrancam dinheiro das ovelhas em plena luz do dia. É uma questão já bem explorada em matérias de norte a sul, e ganhou novo destaque com a divulgação de material interno da Igreja Universal do Reino de Deus contendo orientações sobre como arrecadar em tempo de crise.

O número 2 na hierarquia da entidade afirmou com todas as letras: "O nosso problema não é bandido, o nosso problema é polícia. Você não pode falar isso pra ninguém". No vídeo ele acusa policiais de terem roubado dinheiro da igreja e pede aos pastores para realizarem acordos com os líderes criminosos. O "bispo" poderia ser acusado pelos crimes de difamação, incitação ao crime e formação de quadrilha. Mas esse detalhe mereceu não mais que meia frase da reportagem da Folha de S.Paulo que denunciou o caso (ver aqui).

Revendo os fatos: as orientações perfeitamente legais do pastor sobre como arrecadar dinheiro deram manchete. Suas condutas possivelmente criminosas não receberam atenção nenhuma. As evidências parecem apontar que evangélicos arrecadando (mais) dinheiro, mesmo de maneira perfeitamente legal, causam mais escândalo e repulsa do que sua potencial associação com o crime. Isso em si já é grave. Conhecendo essas nobre lista prioridades, o "bispo" nem se deu ao trabalho de esquivar-se da acusação de ilicítos em sua vídeodefesa).

No entanto, desejo apontar um outro problema. Não me oponho a criticar a sede financeira da instituição, a teologia da prosperidade ou os métodos dos pastores da Universal. A questão é que os métodos de arrecadação de outros grupos religiosos também estão bastante aquém de qualquer padrão de santidade ou civilidade, mas isso nunca é notícia.

Dou a mão à palmatória: mais de uma vez, a mesma Folha de S.Paulo denunciou os esquemas que Santa Madre Igreja utiliza para defender o leite, o pão, a manteiga e a geléia das crianças no inesgotável business dos casamentos e batizados. Na matéria "Igreja cobra mais caro por casamento e impõe serviço"), o jornal levantou restrição de fornecedores, "pedágios" e preços abusivos. Mas essa é a exceção que confirma a regra. Um dos métodos mais comuns para sustentar iniciativas religiosas, no Brasil e no mundo, é o de misturá-las a serviços de "caridade" para conseguir financiamento, geralmente estatal. Dessa maneira, o dinheiro sai dos cofres públicos sob as nobres rubricas de filantropia ou serviços assistenciais. Mas acaba financiando os objetivos do credo que recebe o dinheiro, através de infraestrutura a atividades que só assistem a fins particulares. E as igrejas não escondem isso de ninguém.

É o caso das pastorais da CNBB. A Pastoral da Criança, por exemplo, é cantada em prosa e verso por seu trabalho, embora não se costume divulgar que ele é regiamente remunerado pelo Ministério da Saúde. Em 2002, eram R$ 18 milhões anuais. Em apenas 7 anos, o valor saltou para quase R$ 34 milhões, um aumento de 88%. É o governo brasileiro que provê mais de três quartos de todos os gastos da pastoral, sendo portanto o grande responsável por suas atividades. Mas quem colhe o mérito integral é a instituição religiosa.

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