Robert Pirsig (in: "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas")

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

MAIS CRETINICES CRIACIONISTAS: DESTA VEZ DO MUNDO ISLÂMICO



Da série "BURRICE SEM FRONTEIRAS", mais sandices criacionistas: extremismo sobre extremismo e o mundo fica cada vez pior. Vejam a matéria abaixo:


ADNAN OKTAR: O ROSTO MUÇULMANO DO CRIACIONISMO
(IN: http://blogs.estadao.com.br/radar-global/adnan-oktar-o-rosto-muculmano-do-criacionismo/ )

Ele não tem o charme de Tom Cruise, o astro de Hollywood que usou sua fama para difundir os valores da Igreja da Cientologia. Adna Oktar, porém, já é considerado uma celebridade no mundo islâmico por defender a versão muçulmana do criacionismo.

O turco Oktar tem algo em comum com o astro americano: ambos contestam a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin batendo na tecla de que Deus criou o mundo e todos os seres que o habitam. Também são incansáveis na exposição de argumentos para provarem que têm a razão. A diferença é que, enquanto os criacionistas cristãos se espelham noVelho Testamento, os muçulmanos buscam inspiração no Corão. Os muçulmanos, por exemplo, acreditam que o mundo tem muito mais que os 6.000 anos pregados pelo Velho Testamento.

Assim como seus colegas americanos, os criacionistas islâmicos ficaram mais conhecidos nos últimos anos – período no qual conservadores como Oktar emergiram como principais contestadores no mundo islâmico das ideias ocidentais, entre elas a evolução das espécies pregada por Darwin.

Ao contrário dos fundamentalista islâmicos, que usam barba e fazem questão de se asfastar do guarda-roupa e do cuidado com a aparência que marcam o estilo ocidental, Oktar costuma vestir um terno de seda branca, com abotoaduras douradas e uma barba cuidadosamente aparada.

Mas basta o interlocutor citar a palavra “Darwin” para Oktar lembrar um homem-bomba. Como um guerreiro mujahedeen, ele lança ‘fatwas’ verbais contra o criador da Teoria das Espécies. “Não existe um fóssil que comprove a evolução humana”, diz Oktar. “Não conheço nenhum crocodilo de 100 milhões de anos que depois teria se transformado num professor, por exemplo”, emenda, irônico. Ele repete o mantra em livros, panfletos, DVD’s e palestras que costuma proferir.

Oktar não fala com a propriedade de um palenteologista – na verdade, sua experiência acadêmica limita-se a um curso de design interior. O criacionista turco, porém, escreveu um livro de 800 páginas para defender suas ideias, usando o pseudônimo de Harun Yahya. O lançamento do “Atlas da Criação” de Oktar teve uma estratégia de marketing agressiva, com exemplares distribuídos em jornais, centros de estudo e principais universidades do mundo islâmico.

O livro de Oktar, porém, foi duramente criticado pelo zoólogo, etólogo e evolucionista queniano Richard Dawkins, professor da Universidade Oxford e conhecido especialista da obra de Charles Darwin. “É uma perda reconciliar os valores de produção caros e lustrosos deste livro com a impressionante idiotice do conteúdo”, sintetizou Dawkins.

Oktar reagiu com uma campanha bem-sucedida para banir o website de Dawkins da Turquia. Ele queixou-se de ter sido difamado, bem como o seu livro, pelos comentários feitos por Dawkins, e denunciou que o site também incluía conteúdo blasfemo e difamatório. O site foi tirado do ar no ano passado.

Oktar costuma usar sua disputa com Dawkins para apontar o darwinismo como raiz de todo o mal, incluindo o terrorismo islâmico. “Todos os terroristas são darwinistas”, assegura. Segundo ele, o darwinismo aplainou o terreno para o fascismo de Hitler, Mussolini e o comunismo de Stálin.

Ele evita tocar numa polêmica que causou nos anos 90, quando negou o Holocausto. Em um de seus livros, desenvolveu uma teoria estapafúrdia pela qual acusou os “sionistas radicais” de terem fomentado o anti-semitismo nos anos 30 “em colaboração com os nazistas” e de ter explorado esse fato política e economicamente. Também atribui outro episódio conturbado de sua biografia – ficou 10 meses internado num hospital psquiátrico, em 1986 – a “perseguições políticas”. (Global Post, The Guardian)

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